quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Reflita-me em bom ângulo.

Aos meus fiéis seguidores e alguns visitantes esporádicos, peço desculpas pela ausência.
Época de provas e trabalho de fim de curso acabam roubando muito do tempo que seria dedicado ao prazer em compartilhar pensamentos.
Hoje eu roubei um tempinho de mim mesma e vim aqui postar ;)



 Reflita-me


Acredito que as relações podem ser comparadas a um espelho.
Imagino uma relação entre duas pessoas da seguinte forma: estou em frente a um outro  que me reflete, assim como ele se vê refletido através de mim. O que espelhamos é o que de mais íntimo existe em nós, pois espelhamos uma substância que não é passível de máscaras ou disfarces. Espelhamos o que nos constitui, nossa energia.
Seria uma relação na qual a troca de energia se daria nessa interação reflexo-reflexo.
Uma boa relação seria aquela na qual a energia fluísse de ambos os lados: encontro-me com você e saio desse encontro sentindo-me melhor; você também sai desse encontro sentindo-se assim.
Fechamos!
Somos espelhos perfeitos, pois entre nós a energia flui.
Entretanto, às vezes no metemos em relações que mais parecem espelhos encontrados em parques de diversão.  Sabe aquela casa de espelhos que, quando paramos em frente de um, vemos refletida nossa imagem disforme? São espelhos incapazes de nos espelhar fielmente. Ao contrário, parecem feitos para refletir nosso pior ângulo.
Espelhos que cumprem a função de impedir a troca e, por vezes, até sugam nossa energia.
Algumas relações são assim, como espelhos defeituosos.
Fechamos?
Algumas pessoas se comprazem na fluidez; outras ficam inertes frente ao reflexo duvidoso.
Eu, de minha parte, quando me deparo com alguém que só consegue espelhar o que há de pior em mim, digo adeus e vou-me embora. Não culpo o outro por refletir meu lado ruim, pois sei que ele está aqui. Só não me sinto obrigada a continuar numa relação na qual meus melhores ângulos não conseguem nunca ser vistos.
Mas essa é uma questão de ângulo...




Lilian F Gomes, 28 de outubro de 2010.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Amor é bicho instruído

Amor é bicho instruído
Olha: o amor pulou o muro
o amor subiu na árvore
em tempo de se estrepar.
Pronto, o amor se estrepou.
Daqui estou vendo o sangue
que escorre do corpo andrógino.
Essa ferida, meu bem
às vezes não sara nunca
às vezes sara amanhã.
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Carlos Drummond de Andrade